Senhor Presidente da Comissão Europeia
Senhor Ministro de Estado e das Finanças
Senhor Ministro da Economia e da Inovação
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra
Senhor Presidente da COTEC
Senhoras e Senhores
Está hoje aqui connosco um grupo significativo de líderes de empresas globais que participaram no primeiro encontro do Conselho para a Globalização.
Vieram de vários cantos do planeta: da Europa, de Africa, dos EUA, do Brasil, do Médio Oriente e da Ásia.
Trata-se de um grupo ímpar, que tem a seu cargo a gestão de organizações globais, com actividades em todo o mundo, todos com forte aposta na I&D, habituados a tomar decisões sobre investimentos significativos. A sua vinda a Portugal tem o maior alcance e é uma excelente oportunidade.
A este grupo junta-se, esta noite, o conjunto das 100 maiores empresas portuguesas, associadas da COTEC, as quais já deram prova da sua capacidade para enfrentar as exigências da globalização e aproveitar as oportunidades que ela encerra, e a quem saúdo.
O objectivo da primeira reunião do Conselho para a Globalização foi o de congregar a reflexão e o entendimento de líderes empresariais, influentes a nível mundial, quanto à forma de promover uma Globalização Plural. Tratando-se de uma iniciativa portuguesa, realizada em Portugal, o tema remete, naturalmente, para os desafios e as oportunidades que a Globalização abre a países como Portugal.
A expressão “globalização” significa a crescente mobilidade de bens, serviços, trabalho, ideias, tecnologia e capital à escala planetária. Apesar de não ser um fenómeno novo, a globalização intensificou-se, desde logo, pela combinação de um conjunto de factores de natureza política e económica: a estabilidade do pós-guerra, a criação e consolidação das Nações Unidas, a criação de instituições para gerir as regras do comércio internacional, o fim do colonialismo, a redução progressiva das barreiras que condicionavam o comércio e o investimento internacionais, as transformações económicas iniciadas pela China no final da década de 70, a dissolução do bloco de leste no fim dos anos 80, as reformas económicas realizadas na Índia democrática nos anos 90.
A este conjunto de factores veio associar-se um poderoso catalisador: uma revolução tecnológica que não só aumentou exponencialmente a qualidade e a velocidade das comunicações, como reduziu vertiginosamente os custos de produzir, processar, armazenar e transportar informação. O mundo passou a estar dotado de infra-estruturas de comunicação planetárias, acessíveis a partir de qualquer tipo de equipamento, a qualquer hora, de qualquer lugar.
Nos chamados países emergentes, a abertura dos mercados retirou milhões de pessoas da pobreza, abrindo esperança e criando novos horizontes de bem-estar. Para qualquer país, incluindo os países mais pobres, o grande risco que se coloca é o de ficarem isolados da globalização.
O desafio já não é “Pensar Global e Agir Local”, o desafio agora é outro: “Pensar Global, Agir Global”. Por outras palavras: fornecer produtos e serviços globais, concebidos por talentos globais, baseados em conhecimentos globais, para mercados globais.
A primeira reunião do Conselho para a Globalização mostrou como a competição à escala global está, ela própria, a mudar. Está a emergir uma economia cada vez mais baseada no conhecimento. E o conhecimento necessário para uma empresa competir à escala global não está num só lugar ou país, está disperso pelo mundo.
O desafio actual consiste em ser capaz de inovar, aprendendo com o mundo. Consiste em ser capaz de identificar conhecimento disperso pelos mais variados pontos do mundo, de combiná-lo e de alavancá-lo à escala global. Numa economia do conhecimento, não há países periféricos. Há líderes empresariais capazes de descobrir o conhecimento disperso pelo mundo fora, com o qual irão construir a sua vantagem competitiva, capazes de mobilizá-lo à escala global, capazes de aumentar o seu nível de eficiência.
Uma empresa não precisa de pertencer a uma economia rica para competir no mercado global. Os empreendedores e empresários portugueses não têm de ficar limitados ao contexto ou à conjuntura nacional. O Presidente da República portuguesa tem a firme convicção de que saberão usar, como outros, o mundo como fonte de conhecimento, inovação e competitividade.